A Rede de Mulheres Negras do Nordeste expressa seu total apoio à professora e doutora em Saúde Pública Maria Inês da Silva Barbosa e repudia veementemente a atitude autoritária, antidemocrática e violenta do prefeito de Cuiabá-MT, Abilio Brunini, que a interrompeu e a expulsou da 15ª Conferência Municipal de Saúde.
Nós não vamos aceitar a tentativa de censura e apagamento das identidades, e, principalmente, o silenciamento de uma mulher negra, especialmente como a companheira Maria Inês, que teve um papel estratégico na formulação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Por falar em saúde, 57% das pessoas que vivem em Cuiabá, avaliam a saúde como péssima e 17% como ruim, de acordo com pesquisa instituto AtlasIntel, realizada em 2024.
Durante a conferência, organizada pelo Conselho Municipal de Saúde, Maria Inês foi interrompida, constrangida e expulsa por utilizar linguagem inclusiva em sua exposição.
A linguagem neutra é uma ferramenta de acolhimento e reconhecimento das múltiplas existências humanas que compõem a sociedade brasileira. Quem tem postura autoritária, antidemocrática e violenta não merece ocupar espaços de poder e tem que pagar conforme a lei.
Nesse sentido, nós mulheres negras, organizadas na Rede de Mulheres Negras do Nordeste, reafirmamos que não aceitaremos essa tentativa absurda de silenciamento e apagamento das mulheres negras e tão pouco das identidades brasileiras. E mais: é inadmissível que espaços coletivos como uma conferência municipal de saúde seja utilizada para fins ideológicos autoritários.
Reafirmamos nosso apoio irrestrito à Dra. Maria Inês Barbosa e exigimos justiça. Estamos em marcha por Reparação e Bem viver, no Brasil e no mundo, e não aceitaremos retrocessos!
