JULHO DAS PRETAS

O Julho das Pretas é uma estratégia de incidência política que acontece através de uma agenda conjunta e propositiva, encabeçada por diversos movimentos de mulheres negras, de todas as regiões do Brasil. A ação nasceu em 2013, na Bahia, através de iniciativa do Odara – Instituto da Mulher Negra, a partir da indignação gerada pelo esvaziamento de debates promovidos pelo Estado, instituições e setores diversos a respeito do 25 de Julho – Dia Internacional da Mulher Afro-Latina Americana e Caribenha e Dia Nacional da Mulher Negra.

Naquele ano, a convite do Odara, diversas organizações de mulheres negras da Bahia se uniram para um mês de ações de denúncias do racismo, sexismo, lesbitransfobia e desigualdades correlatas. No ano seguinte, a partir da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, o Julho das Pretas foi realizado em toda região. Com o passar dos anos, a incidência foi ganhando dimensões cada vez maiores, seguindo com a perspectiva fundante de ser uma ação de incidência política dos Movimentos de Mulheres Negras do Brasil.

O Julho das Pretas é composto por vozes coletivas e diversas das mulheres negras brasileiras. Expressões que se materializam através das centenas de ações que acontecem nesse período, incluindo rodas de conversa, festivais, exposições, ciclos de formação política, dentre diversas outras ações nos formatos presencial, virtual e híbrido.

Todos os anos, o Julho das Pretas traz temas importantes e necessários relacionados à superação das desigualdades de gênero e raça, colocando a pauta e agenda política das mulheres negras em evidência.

Em 2023, a 11ª edição do Julho das Pretas foi organizada pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste em parceria com a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira. A agenda oficial desta edição contou com mais de 400 atividades inscritas, realizadas por 230 organizações de mulheres negras em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal. Com o tema Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, o Julho das Pretas deste ano teve como referência a construção da  2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em 2025.

Saiba mais sobre a história do Julho das Pretas AQUI.

EDIÇÕES ANTERIORES

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Fortalecimento Institucional das Organizações de Mulheres Negras na região do Nordeste Brasileiro

Com objetivo de mapear as organizações de mulheres negras da região e discutir estratégias de fortalecimento político, financeiro e institucional.

Mostra de Arte e Cultura de Mulheres Negras

Visou aprofundar e discutir o fortalecimento em torno da autonomia financeira das mulheres negras, do intercâmbio de experiências solidárias e criativas do empreendedorismo negro protagonizado pelas mulheres. Nesta edição, a proposta foi de realizar uma ação coletiva do Instituto Odara, Rede de Mulheres Negras da Bahia e movimento de mulheres negras da Bahia, juntando mulheres negras urbanas, rurais, quilombolas, jovens, lésbicas e bissexuais, e dos diversos segmentos para discutir durante três dias suas estratégias em busca do fortalecimento da autonomia financeira e política. A Mostra de Arte e Cultura contou com a participação de mulheres negras de diferentes territórios: Sisal, Chapada Diamantina, Velho Chico, Baixo Sul, Agreste, Recôncavo, Região Metropolitana e de Salvador. Durante a Mostra foi anunciado o processo de mobilização rumo à Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver (Brasília\2015).

A participação da mulher negra na política: estratégias e desafios

Colocou em pauta a participação e representação política das mulheres negras nos diferentes espaços políticos no país, através de um olhar crítico sobre as estratégias de participação, as agendas apresentadas pela luta de enfrentamento ao racismo e fortalecimento das mulheres negras.

Mulheres Negras no Foco: Mídia, Representação e Memória

Debateu o direito das jovens e mulheres negras à comunicação, representação política, a narrativa de luta, acesso a direitos, enfrentamento às violências, incidência política, assim como estratégias e desafios para assegurar os registros e memórias da história da população negra, e como estes temas vêm sendo tratados nas diferentes linguagens de comunicação.

Negras Jovens e as lutas de enfrentamento ao racismo, a violência e pelo bem viver

Dialogou sobre as estratégias construídas pelas negras jovens feministas para enfrentar o racismo, machismo, lesbofobia, transfobia e todas as formas de opressão a partir da troca intergeracional com ativistas do movimento de mulheres negras.

Mulheres Negras Movem o Brasil

Foi uma edição marcada pelos 130 anos da falsa Abolição da Escravatura e os 30 anos do primeiro Encontro Nacional de Mulheres Negras. Foi momento de anunciar a toda a sociedade que as mulheres negras movem o Brasil. Neste ano, reafirmamos mais uma vez nossas estratégias de resistência na luta contra o racismo, o sexismo, a lbtfobia e a todas as formas de opressão que atingem a vida e existência das mulheres negras.

Mulheres Negras Por Um Nordeste Livre

Com o objetivo de destacar a vanguarda da região nas lutas por liberdade, contra o racismo e o patriarcado, pela democracia plurirracial e Bem Viver. E para visibilizar a ação e alinhamento político de uma gigantesca rede de mulheres atuantes na região, articulada sobretudo pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste.

Em Defesa das Vidas Negras, pelo Bem Viver

A primeira edição totalmente virtual determinada pela pandemia do Coronavírus nos obrigou a construir estratégias para nos mantermos em estado de denúncia sobre as políticas de mortes provocadas pelo racismo, base do capitalismo mundial. As mulheres negras organizadas no Brasil, articuladas com o contexto internacional, definem a defesa das Vidas Negras como pauta prioritária da luta política, em consonância com a construção de outro modelo civilizatório centrado no Bem Viver. A agenda deste ano, com 275 atividades, provou mais uma vez que o movimento de mulheres negras é a maior potência política da contemporaneidade no Brasil.

Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a Solução

Neste ano, o Julho estava denunciando o genocídio da população negra brasileira, em curso desde a fundação da nação, e intensificado durante a pandemia da covid-19. Por outro lado, neste mesmo Julho, temos a coragem de ecoar do Oiapoque ao Chuí, que Nós, Mulheres Negras, apontamos as soluções para incivilidade, o desgoverno e a naturalização de absurdos racistas, misóginos e patriarcais que estruturam o Brasil. O resultado disso você confere na agenda que conta com 322 atividades inscritas, um novo recorde.

Mulheres Negras no Poder, Construindo o Bem Viver

Com o tema Mulheres Negras no Poder, Construindo o Bem Viver, a agenda coletiva da 10ª edição do Julho das Pretas contou com 427 atividades realizadas por mais de 200 organizações de mulheres negras em 18 estados brasileiros, além de uma atividade em Paris, na França. Após dois anos de atividades virtuais, por conta da pandemia de Covid-19, o Julho das Pretas deste ano retomou suas atividades presenciais marcando presença nas ruas com diversos atos e manifestações por todo o país. A edição de 2022 marcou os 10 anos de realização do Julho das Pretas e 30 anos desde que o movimento de mulheres negras da América Latina e Caribe declarou o 25 de Julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.

Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver

Com o tema Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, a agenda coletiva da 11ª edição do Julho das Pretas contou com 446 atividades realizadas por 230 organizações de mulheres negras em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal. O tema que norteou as ações do Julho das Pretas em 2023 faz referência à construção da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em 2025; ao debate sobre reparação histórica para a população negra; e ao Bem Viver, paradigma que orienta a ação de grande parte dos movimentos de mulheres negras no Brasil, desde o processo de mobilização para a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo a Violência e pelo Bem Viver, que aconteceu em novembro de 2015, em Brasília.