IV Jornada pela Vida das Mulheres Negras reafirma a Marcha Global das Mulheres Negras e exige o fim dos Feminicídios e Transfeminicídios

De 21 a 30 de novembro, a Rede de Mulheres Negras do Nordeste realiza, virtualmente, uma série de análises e lança Manifesto em defesa da vida das mulheres negras

A partir desta sexta-feira (21), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste realiza a IV Jornada pela Vida das Mulheres Negras, com o tema Mulheres Negras em Marcha: Por Reparação e Bem Viver e pelo fim dos Feminicídios e Transfeminicídios. 

A ação, que acontece no contexto dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, este ano será realizada excepcionalmente de maneira virtual, nas redes sociais da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e traz como centralidade a agenda do dia 25 de novembro, em Brasília, na Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver. 

Neste mesmo contexto, será lançado o Manifesto Mulheres Negras em Marcha: Por Reparação e Bem Viver e pelo Fim dos Feminicídios e Transfeminicídios. O documento se apresenta como um instrumento de denúncia, organização e reafirmação do compromisso coletivo com a vida das mulheres negras, com a memória das ancestrais e com a construção de um futuro no qual nenhuma mulher negra seja esquecida, silenciada ou violentada. O Manifesto também convoca o Estado brasileiro, a sociedade civil e as instituições a reconhecerem que o feminicídio e o transfeminicídio têm cor, classe e território, e que enfrentá-los requer políticas públicas estruturantes, reparação histórica e justiça racial.

Os dados mais recentes reforçam a urgência da pauta da IV Jornada pela Vida das Mulheres Negras. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, somente em 2024 o Brasil registrou 1.492 feminicídios, sendo 63,6% das vítimas mulheres negras. Na região Nordeste, o cenário é ainda mais crítico: estados como Bahia, Pernambuco e Ceará concentram algumas das maiores taxas de mortalidade violenta do país, evidenciando que a violência letal atinge de forma mais intensa as mulheres negras nordestinas.

A pesquisa realizada pela DataSenado em parceria com a Nexus, divulgada pelo IBDFAM, aponta que 85% das mulheres negras com menor renda que sofreram violência convivem com seus agressores, revelando a sobreposição entre vulnerabilidade econômica, ausência de políticas de proteção e violência doméstica. O mesmo estudo mostra que mais da metade dessas mulheres (53%) sofreu a primeira agressão antes dos 25 anos, destacando como a violência se apresenta de forma precoce e persistente ao longo da vida de mulheres negras jovens, especialmente no Nordeste.

SOBRE A JORNADA 

Iniciada em 2022, a Jornada Pela Vida das Mulheres Negras é uma agenda de incidência política provocada pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e já contou com a participação e parceria com centenas de organizações do movimento de mulheres negras ao longo de sua realização, irmanadas a uma causa comum: o combate ao racismo, sexismo e à violência de gênero no Nordeste. O evento é uma plataforma essencial para fortalecer a incidência política e articular esforços em prol da garantia dos direitos das mulheres negras. 

Acompanhe as redes sociais da Rede de Mulheres Negras do Nordeste para conferir todas as análises e lançamento do manifesto da IV Jornada pela Vida das Mulheres Negras.

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