IV Jornada pela Vida das Mulheres Negras do Nordeste – Ano 2025 

MULHERES NEGRAS EM MARCHA: POR REPARAÇÃO E BEM VIVER  E PELO FIM DAS VIOLÊNCIAS, DOS FEMINICÍDIOS E TRANSFEMINICÍDIOS!

Nós, mulheres negras de todo o Nordeste e de todas as regiões do Brasil, nos unimos em um só grito pela vida, liberdade e dignidade.
Erguemos nossas vozes para denunciar e combater todas as formas de violência de raça e gênero que atingem nossos corpos e nossas vidas.

Estamos no topo das estatísticas de feminicídio, violência doméstica, obstétrica e sexual, além de seguirmos sendo as mais afetadas pelo desemprego, pela pobreza e pelo racismo estrutural. Vivemos sob o peso de uma sociedade cis-heteropatriarcal e racista, que insiste em nos negar o direito ao bem viver.

Acreditamos que o bem viver só será possível com mudanças profundas na educação, com políticas públicas eficazes e com a presença das mulheres negras em todos os espaços de poder e decisão — das salas de aula ao Supremo Tribunal Federal.

Reivindicamos:

  • Formação permanente e qualificação dos agentes de segurança, equipes das Casas da Mulher Brasileira, das Redes de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência e do Sistema de Justiça, para garantir a efetivação dos fluxos de atendimento e o fim da revitimização.
  • Cumprimento efetivo das medidas protetivas — pois é inadmissível que mulheres sigam sendo assassinadas mesmo sob proteção judicial e do Estado Brasileiro.
  • Políticas de trabalho, emprego e renda que assegurem a autonomia das mulheres negras e rompam o ciclo da violência.
  • Inclusão de educação sexual, de gênero e de raça nas escolas, para que meninas e meninos aprendam desde cedo a reconhecer e combater o abuso e a desigualdade.
  • Ampliação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) em todos os estados, inclusive nas cidades do interior e zonas rurais.
  • Contratação e ampliação das cotas para policiais negras, garantindo um atendimento mais sensível e representativo nas DEAMs.
  • Acesso ampliado ao ensino superior: cotas específicas, bolsas permanência e cursos preparatórios gratuitos para mulheres negras em universidades públicas.
  • Atendimento humanizado nas unidades de saúde, maternidades e hospitais, com formação antirracista dos profissionais e combate à violência obstétrica — que atinge majoritariamente mulheres negras e pobres.

Reafirmamos que somente com políticas públicas de Reparação e Bem Viver, e com a plena aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), será possível mudar as estatísticas que colocam a mulher negra entre os piores indicadores de violência, pobreza e exclusão.

Exigimos vida, respeito e justiça!
Por uma vida livre de violências de raça e gênero.

Por Reparação e Bem Viver para as mulheres negras!

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