Pesquisa "Violência Contra Mulheres Negras e Feminicídio no Nordeste” investiga cenário colérico enfrentado pelas mulheres pretas e pardas da região
Pesquisa "Violência Contra Mulheres Negras e Feminicídio no Nordeste” investiga cenário colérico enfrentado pelas mulheres pretas e pardas da região
O Observatório da Violência Contra as Mulheres Negras no Nordeste, desenvolvido pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste, lança a pesquisa “Violência Contra Mulheres Negras e Feminicídio no Nordeste”, encerrando as atividades do mês no 12º Julho das Pretas. Com apoio do edital Aliança Negra pelo fim da Violência, Elas + e Ford Foundation, o estudo oferece uma análise detalhada sobre as violências sistêmicas impostas contra mulheres pretas e pardas na região. Este novo estudo visa fortalecer o enfrentamento à violência doméstica e ao feminicídio, identificando dados práticos e específicos sobre o fenômeno.
A pesquisa mapeou municípios com leis que obrigam o ensino da Lei Maria da Penha e identificou ações de enfrentamento à violência nas Instituições de Ensino Superior (IES), além de levantar informações sobre a rede de atendimento à mulher em situação de violência nos nove estados do Nordeste.
Para realizar o estudo, a equipe consultou sites oficiais das câmaras legislativas e selecionou três municípios de cada estado, baseando-se nos maiores contingentes populacionais segundo o Censo Demográfico de 2022, incluindo as capitais. A pesquisa também examinou iniciativas das IES e a rede de atendimento à mulher em situação de violência, com informações obtidas por meio de ofícios enviados às secretarias de estado e levantamentos online.
Entre os resultados do estudo, é possível observar que mulheres negras no Nordeste, que constituem 37,19% da população total da região, enfrentam uma violência desproporcional. Dados do Atlas da Violência 2024 indicam que, em 2022, mulheres negras no Brasil tinham 1,7 vezes mais chances de morrer em comparação com mulheres não negras.
Segundo o levantamento, a situação da violência contra as mulheres negras na região é crítica e requer intervenções urgentes e eficazes. Entre as ações necessárias estão o fortalecimento da rede de atendimento às mulheres em situação de violência e a compreensão ampliada da violência contra a mulher como um conjunto de fatores interligados, que se manifestam de diversas formas e cuja prevenção é possível.