DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA: Ativistas brasileiras realizam atos e marchas por Reparação e Bem Viver em dezenas de cidades do país

As ações fazem parte da 13ª edição do Julho das Pretas e funcionam como esquenta para a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, que acontecerá em novembro, em Brasília

25 de Julho de 2025 – Na próxima sexta-feira, 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. Em alusão à data, as mulheres negras do Brasil realizarão uma mobilização histórica por Reparação Histórica e Bem Viver, entre os dias 19 e 25 de julho, já confirmada em 16 cidades do país: Belém (PA), Eusébio (CE), Feira de Santana (BA), Garanhus (PE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Pelotas (RS), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São José do Rio Preto (SP), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI). Confira as agendas de atos clicando aqui. 

Os atos, que integram a 13ª edição do Julho das Pretas, visam fortalecer a luta das mulheres negras, dar visibilidade às suas demandas por direitos fundamentais e pavimentar os caminhos rumo à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, que ocorrerá em 25 de novembro de 2025, em Brasília (DF), com a meta de reunir um milhão de mulheres brasileiras e estrangeiras.

“As marchas do 25 de Julho pelo Brasil estão em conexão com a grande marcha nacional de Brasília, e com os Movimentos de Mulheres Negras do mundo que defendem a emergência de reconhecermos os danos gerados pela escravidão e tráfico negreiro, e apontam para a construção de um sociedade de Bem Viver”, afirma Naiara Leite, representante brasileira da Rede de Mulheres Afrolatinoamericanas, Afrobrasileiras e da Diáspora. A grande marcha de Brasília além de está sendo construída de norte a sul do Brasil, já conta com núcleos de mobilização internacional em 35 países.

Terlúcia Silva, da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, também destaca a importância das marchas no Julho das Pretas como um esquenta para a Marcha Nacional de 2025: “Essas marchas refletem a força e a diversidade das mulheres negras e dos segmentos da sociedade unidos para tornar a Marcha Nacional uma grande mobilização. Como um termômetro para o que acontecerá em Brasília, o objetivo é ampliar a mobilização, envolver mais pessoas e setores e intensificar o debate político sobre reparação e Bem Viver.”

Bruna Ravena, do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), ressalta que essas mobilizações são fundamentais para reconhecer o legado das mulheres negras e sua luta contínua. “Essas mobilizações indicam que as mulheres negras estão pautando a sociedade brasileira em um momento decisivo para um país: quando os valores de democracia e justiça social estão sendo tão negociados. A Marcha é essencial para que as mulheres que construíram este país, que lutaram e tombaram por ele, possam reconhecer o legado dessas lutas, que deve ser preservado e fortalecido pelas novas gerações”.

REPARAÇÃO HISTÓRICA E BEM VIVER 

Reparação e Bem Viver são conceitos centrais na luta das mulheres negras no Brasil. A reparação busca remediar as injustiças sociais e históricas enfrentadas pela população negra, por meio de ações que restituam direitos. Já o Bem Viver propõe um modo de vida justo, sustentável e harmonioso, que respeite tanto as pessoas (em sua diversidade) quanto o meio ambiente. Juntos, esses conceitos buscam assegurar que as mulheres negras, e toda população brasileira, vivam com dignidade, sem desigualdades e opressões.

Selma Dealdina Mbaye, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), destaca que para a população quilombola, a reparação passa pela titulação dos territórios. “Hoje, por exemplo, observamos uma grande lentidão do Estado brasileiro na titulação dessas terras, o que faz com que as políticas públicas sejam temporárias e paliativas, em vez de ações definitivas. O que esperamos é que essas políticas deixem de ser apenas soluções superficiais e, de fato, transformem a vida das mulheres quilombolas, das crianças, dos mais velhos e dos homens que habitam esses territórios.” 

SOBRE O JULHO DAS PRETAS 

O Julho das Pretas é uma ação de incidência política e uma agenda coletiva de atividades organizado pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste, a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira, e por centenas de outras organizações de mulheres negras ou comprometidas com a luta pelo fim do racismo e do sexismo. 

Criado em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas, este ano, conta com mais de 630 atividades no Brasil, Colômbia, Reino Unido, entre outros em sua agenda oficial.

SERVIÇO 

Marchas das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver –  Julho das Pretas
Quando:
25 de Julho de 2025 (e datas próximas)
Onde:
Belém (PA), Eusébio (CE), Feira de Santana (BA), Garanhus (PE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Pelotas (RS), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São José do Rio Preto (SP), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
Contatos: Brenda Gomes  (71) 9 9157-5711 | Thais Vital (83) 9 9951-3094

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