Violência doméstica e intersecções com o racismo é tema de formação para educadores promovida pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste 

Estão abertas as inscrições para a formação “Violência doméstica contra meninas e mulheres e suas intersecções com o racismo”, uma iniciativa da Rede de Mulheres Negras do Nordeste. As inscrições para as 70 vagas estão disponíveis aos profissionais da educação de estados da região Nordeste até o dia 12 de setembro, via formulário online.

O intuito é capacitar educadores ampliando a compreensão e combate das violências domésticas e suas intersecções com o racismo, assim como desenvolver ferramentas práticas para promover a igualdade de gênero e racial no ambiente escolar. “Para a Rede Nordeste, essa formação contribuirá para nos atentarmos aos casos de violências que surgem nas escolas, através de um novo olhar sobre as manifestações apresentadas por alunos e alunas que sofrem violências no ambiente familiar e escolar”, declara Halda Regina, da Ayabás – Instituto da Mulher Negra do Piauí, organização que integra a coordenação da Rede de Mulheres Negras do Nordeste. Halda elucida que a escola deve ser um lugar de prevenção e não de fomento à violência, sendo tal espaço uma das primeiras portas para denúncias de meninas que vivem contextos de violências sexuais e domésticas.

Ministrada por Lucineide Barros – docente da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), doutora em Educação, integrante da Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio, educadora popular com histórico de luta pelo direito à moradia, pela educação do campo, educação gratuita e de qualidade, também pelos direitos das mulheres. A formação será online no próximo dia 14 de setembro, das 15h às 17h30, através da plataforma Zoom. Os participantes terão direito a certificado.

A capacitação compõe o projeto de desenvolvimento do Observatório da Violência Doméstica e do Feminicídio no Nordeste, que vem sendo articulado pela Rede. “Nossa perspectiva é ampliar o debate na sociedade sobre a violência doméstica cometida contra mulheres e meninas ter uma raiz forte no machismo e no patriarcado, mas também uma raiz forte no racismo”, informa Terlúcia Silva, da Abayomi – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, que também integra a coordenação da Rede Nordeste. “Não podemos tratar o problema da violência de uma forma geral. Se a gente não considerar a dimensão racial, dificilmente vamos encontrar soluções para esse problema”, completa.

Compartilhe:
Rolar para cima